sexta-feira, 27 de junho de 2008

I.

O coração se abre numa ferida que arde
Carne viva que queima em sangue,
sal, mágoa
Enquanto se espera o olvido.

Pelo meu corpo
Outras marcas
Dentes, lutas
Provas vivas
De que o esquecimento
[simplesmente
Não existe.

Mas faz falta
E faz medo.
Tanto que assaltam meus sentidos
As memórias doloridas.

Um escândalo anuncia-se
Em ondas milimétricas
Vagueando em minha pele
Numa brisa fria e úmida
Que se condensa em minha testa.

Apenas outro dos fantasmas
Deitando seu corpo gélido
E seu peso mórbido
Sobre meus frágeis ossos.