quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Logo eu tão isenta
do burburinho dos tabloides
das bobagens que a
curiosidade mórbida
das plateias provoca; 
tão avessa a holofotes.


Desatinei e quis
os olhos dele passando
de todos os jeitos
pelas minhas formas
misturando-se às cores
dos meus olhos ansiosos.


Só a atenção tão volátil 
deste que me olha
com mais curiosidade 
que paixão me acalma:
do palco só saio
direito para seus braços.

Um comentário:

Anônimo disse...

nesta maldita hora da manhã fica o pendor
do apartamento de dois quartos vazio
exceto pelos móveis desempoeirados
e hidratados com a espera do fosso
do elevador social do prédio como se tivessem
chegado do banho-tosa e adestramento
quando se escreve livros de concomitância
a linha narrativa de um corre o risco de ser
sempre o déjà-vu da narrativa do outro e
uma se carrega do prazer enquanto a outra
pende com a geografia restante intitulada
com a geografia das obrigações menores
de um tempo pra cá você virou a pessoa
que parte das outras pessoas queria ser
e seus caninhos de desmanchar gordura
e quebrar proteína ingerida enquanto no
celular pipoca sms atrás de sms com os
convites de festas expelem sorvete kibon
você conversa com o gravador do celular
e essa é a sua fórmula mágica de amortizar
a dívida gerada com as sessões de terapia
e sua televisão sony espera os convidados
cansada de competir com a enorme beleza do rio
(lugar de gente boa em manhãs) e sem lembrar
: em você sobra o abarrotado do apartamento

de Paulo Scott