Setúbal
Não sei se o que você não me disse
foi para eu amar mesmo ou se para
me confundir nos seus quebra-cabeças
meio inteiros nas metades do não;
se no centro da multidão
que sou eu você cedeu,
sem poder.
Do encontro não dei
mais ouvidos e sem
sentidos mergulhei
nuns mil devaneios meus
concentrados em sua volta:
uma cerveja, muitas memórias,
pássaros, alguma fumaça,
cafés, lençóis.
Depois até mais e para
que eu não visse nossas
circunstâncias impossíveis
ma(i)s prováveis
entre alguns risos, um
mal-entendido e as despedidas
Houve aquela de vacilar uns minutos
como se não fosse
jamais.
E não era e não era e não é ainda (você) e
"Será?" ecoando pelas
quarenta e oito horas
menos oito de sono ao total
felizes no que era demais
para ser verdade ou
qualquer coisa além
de miragem.
terça-feira, 20 de março de 2012
quarta-feira, 7 de março de 2012
Sorte estranha
Um poema que valha
todas as penas desta
sorte estranha.
Na pobreza das rimas,
nas sílabas inexatas,
pela métrica mal contada,
seja ele a voz dos meus enganos.
E se espalhe sem siso
A palavra acima dos mitos
Acalme ou trance gargantas,
que o verso se adiante
aos desvarios das moças tristes,
ao desespero dos novos amantes
à placidez dos sonhos bonitos.
Que o verso diga, livre,
como profecia
o movimento do mundo.
Um poema que valha
todas as penas desta
sorte estranha.
Na pobreza das rimas,
nas sílabas inexatas,
pela métrica mal contada,
seja ele a voz dos meus enganos.
E se espalhe sem siso
A palavra acima dos mitos
Acalme ou trance gargantas,
que o verso se adiante
aos desvarios das moças tristes,
ao desespero dos novos amantes
à placidez dos sonhos bonitos.
Que o verso diga, livre,
como profecia
o movimento do mundo.
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