Sorte estranha
Um poema que valha
todas as penas desta
sorte estranha.
Na pobreza das rimas,
nas sílabas inexatas,
pela métrica mal contada,
seja ele a voz dos meus enganos.
E se espalhe sem siso
A palavra acima dos mitos
Acalme ou trance gargantas,
que o verso se adiante
aos desvarios das moças tristes,
ao desespero dos novos amantes
à placidez dos sonhos bonitos.
Que o verso diga, livre,
como profecia
o movimento do mundo.
Um comentário:
Belo.
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