sábado, 26 de janeiro de 2008

Não sinto o que penso saber;
só lamento.

O relógio
a espreita me cobra
suas horas.

Se pudesse retomar o empréstimo?
Não se julgam intentos...
Mas esquadrinham-se
com perícia
os anos inertes.

E então se faz verdade
que nada se extrai do memorável
senão a culpa.
E que não há significado no
futuro além do delírio.

Minha sobriedade
de praxe
Coalha meu sangue
e ata meus movimentos.

Elaboro uma fuga:
Não percebo
a mesma rota viciada
seguindo em parafuso.

Estranhos acidentes de percurso
na paisagem
enojada de tão vista.

Tudo, enfim,
se encarrega
de descaminhar
minha linha
reta.

4 comentários:

Anônimo disse...

A parte do acidente de percurso quase, repito: quase, me fez um nó na garganta.

Marina Moura disse...

Joga o relógio fora.
A caixa de abelhas ficou ainda melhor com tuas poesias de mel :)

Anônimo disse...

"Elaboro uma fuga:
Não percebo
a mesma rota viciada
seguindo em parafuso."

o meu relógio eu já dei um fim, mas ainda não fui capaz de traçar uma nova rota de fuga. ;/

Anônimo disse...

minha paixão pelo hemingway é antiga, e agora o fitzgerald anda roubando minha atenção, assim como o bukowski... aí eu ando dividida entre os dois, tão diferentes, e tão envolventes. ;~~)