Não sinto o que penso saber;
só lamento.
O relógio
a espreita me cobra
suas horas.
Se pudesse retomar o empréstimo?
Não se julgam intentos...
Mas esquadrinham-se
com perícia
os anos inertes.
E então se faz verdade
que nada se extrai do memorável
senão a culpa.
E que não há significado no
futuro além do delírio.
Minha sobriedade
de praxe
Coalha meu sangue
e ata meus movimentos.
Elaboro uma fuga:
Não percebo
a mesma rota viciada
seguindo em parafuso.
Estranhos acidentes de percurso
na paisagem
enojada de tão vista.
Tudo, enfim,
se encarrega
de descaminhar
minha linha
reta.
4 comentários:
A parte do acidente de percurso quase, repito: quase, me fez um nó na garganta.
Joga o relógio fora.
A caixa de abelhas ficou ainda melhor com tuas poesias de mel :)
"Elaboro uma fuga:
Não percebo
a mesma rota viciada
seguindo em parafuso."
o meu relógio eu já dei um fim, mas ainda não fui capaz de traçar uma nova rota de fuga. ;/
minha paixão pelo hemingway é antiga, e agora o fitzgerald anda roubando minha atenção, assim como o bukowski... aí eu ando dividida entre os dois, tão diferentes, e tão envolventes. ;~~)
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