sábado, 29 de março de 2008

Poderia pedir que você ficasse
Mas não poderia; cada dia mais esqueço.
Nunca vi seu rosto por inteiro
Você, com tantos mistérios,
Desaparece na neblina
Daquela mesma atmosfera trovejante
De janeiro.

Do nosso primeiro abraço.

Não penso em você como um engano
Apenas como um amante
Mais ainda dos mesmos
Galanteios, gestos
Perfumes e dizeres
Reles
Que não deram certo.

Não quero que me explique-prefiro o olvido
De você, espero apenas um adeus covarde
Desses de duas palavras
Ao telefone.

E não se envergonhe
Por isso
Há muito já não exijo
Provas de uma lealdade
Tão proclamada
E tão falsa.

Você, nem tema ser esquecido
(ou odiado)
Serei cínica ao negar
O que eu sentia
Por mais que você indague.

Cuidadoso você irá procurar
Provas de minhas faltas
E me crucificará por meus pecados
Sim, sei que você me culpa.

Também espero que me acuse
De todos os seus defeitos
Que não amei.

Realmente não pude
Nem mais lamentar:
Desconheço minha culpa
Já não tenho memória
Que ainda me dê
Satisfação para lhe amar.

6 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, Lara.

O preferido a partir de hoje.

Anônimo disse...

Amores a se esquecer parecem nuvens de neblina, os quais as mãos sentem mas não podem agarra-las.

Anônimo disse...

Adorei. Você falou tudo aquilo que eu espero ter coragem de falar um dia, enquanto isso fica mais ou menos como a nova do Nando Reis, 'quem vai dizer tchau', porque ninguém diz ;X

Mauro Espíndola disse...

Engraçado, tava vagando aqui de blog em blog e caí aqui :)
me deliciei com a beleza do seu texto, 'incrivél' é a única palavra que posso lhe atribuir.

:)

Mauro Espíndola disse...

huuum, vestibular é um teste tão vago não é mesmo? hehe.

Vai fazer vest. pra que? :)

te linkei
;*

Junker disse...

E assim dizia vinicius de moraes.

Bem legal.